Devaneios reais
Sabe aquele momento
que acordado você viaja?
Um amigo estrala os
dedos enquanto você já não está mais na mesa, e muito menos nos assuntos, e
ali, sentado numa lanchonete, você já foi ao passado, já viu a dor que te
causaram, já sentiu, mais uma vez, o desespero de sentir suas pernas tiradas,
seu chão removido, e o futuro? Futuro não há para quem não sabe sonhar.
Você se pergunta “o
porque?”, questiona como conseguiram destruir sua mente e coração num mesmo
solavanco? Deus não estaria lá, não é? Ele estava lá? Ele viu tudo? Sentiu minha
dor como um Pai, que assim Ele diz ser?
Sim!
Nos caminhos intermináveis
de um devaneio, você se lembra de como tudo era normal antes do desconhecido te
machucar, antes da vingança mostrar sua sede, e em mais que uma lembrança real,
você viaja na realidade.
A mentira precisa de
um plano de fundo para parecer verdade, e a astuta península do mal no devaneio
é:
-Essa não pode ser a minha história? Eu não acredito que tenho isso marcado pra sempre em mim. Essa não pode ser a minha verdade!
Ninguém pode levar alguém a um lugar que
nunca foi, então antes de falar do acordar do devaneio, preciso dizer
que estou falando de nós e não só de vocês, que de tempos em tempos tenho que
ser acordado de uma viagem no tempo, dizer que já sofri a dor da perda, que já
me perdi no sofrimento, que já ouvi o estralo da verdade me fazendo acordar de
um devaneio, acordar de um tocar na ferida que quer me dizer: considere,
enquanto eu prometi desconsiderar! Porque perdoar é isso, decidir desconsiderar
o que sabemos ser impossível esquecer, mas simplesmente desconsiderar.
Um dia Deus estrala o
dedo em frente ao nosso devaneio, tipo como quem diz: perdoa, desconsidere e
prossiga, libere, esqueça mesmo sem conseguir apagar, deixe tudo se fazer novo,
confie que tudo coopera para o bem e me deixe fazer isso ser benção, deixe os escombros
darem lugar a uma nova construção. Só quem sabe deixar o ontem no passado
consegue fazer com o hoje, o futuro de amanhã. O mal quer vincar seus pés em um
acontecimento que não te deixa olhar para frente, e no passado, entre devaneios
e dores, entre lamentos e lágrimas, nós nunca conseguiremos ser quem realmente
somos. Coloque um ponto final nisso.
Podemos orar sobre
isso?
-Deus, me acorde das minhas viagens, do navegar nas dores do passado. Me desperte para o amanhã e me permita sonhar como o Senhor. Me deixe ver o sol nascer, me tira da noite. Tire as escamas dos meus olhos, me deixe vê-Lo como Pai, como amor. O choro pode durar uma noite, mas a alegria vem pela manhã. Faz amanhecer e me dê forças para desconsiderar e prosseguir. Me desperte dos devaneios, me diga quem realmente sou e me livre das minhas viagens nos ares do ontem, em meio a tantas nuvens de mentira e engano! Em nome de Jesus eu oro, amém!
Quero complementar
esse texto com uma canção, que com certeza te levará mais alto: